1. PATOLOGIA DAS OBRAS DE MADEIRA

Os defeitos nas obras de madeira pode ser classificados em: defeitos das peças de madeira e defeitos das estruturas de madeira.

 

 

2. DEFEITOS DAS PEÇAS DE MADEIRA

 Os Defeitos nas peças de madeira podem ser: abaulamentos, defeitos de desdobramentos, defeitos congênitos, ataque por animais xilófagos, apodrecimento, queima, etc.

 

2.1. ABAULAMENTOS

 Abaulamento é a deformação das peças de madeira, podendo deformar a estrutura e introduzir tensões não previstas, além de dar mau aspecto.

 

Três tipos de abaulamento:

 

Enconamento: quando a peça toma forma de uma calha.

 

Empenamento: quando a peça sai do plano, suas extremidades se voltam para cima quando a peça é deitada numa mesa.

 

Arqueadura: quando a peça entorta sem sair do plano; ela flexiona no sentido da largura.

 

CAUSAS DOS ABAULAMENTOS:

 

Esforços excessivos, retração da madeira na secagem, ou no desdobramento, secagem diferenciada,

 

MEDIDAS PREVENTIVAS:

* Diminui-se a chance de abaular com o modo de desdobrar a madeira. Desdobra-se inicialmente o troco da árvore em vigas grossas, deixando-as secar bem, depois disso faz se o desdobramento fino.

* Introduzir peças de reforço para eliminar as tensões surgidas.

* Eliminar a continuidade das fibras no sentido provável da força de deformação.

* Não usar peças muito finas, proporção 1:5.

* Evitar molhar as peças.

 

 

2.2. DEFEITOS CONGÊNITOS E DE DESDOBRAMENTO

Defeitos que a madeira já possui, como os nós, as quebraduras, as fibras desviadas, as manchas, as ardiduras, etc. ou que sejam conseqüência de mau desdobramento, como os desbitolamentos, as quinas mortas, etc.

 

NÓS: locais na árvore onde se desenvolviam galhos.

 

QUEBRADURAS: locais onde as fibras, por qualquer razão, foram quebradas na juventude, mas onde teve sua recomposição.

 

DESCOLAMENTOS: são separações entre os feixes de fibras, em tudo semelhantes a quebradura.

 

FIBRA DESVIADA: é o defeito de uma peça de madeira cujas fibras não paralelas à direção longitudinal. Este é um defeito grave, geralmente impede o uso da madeira, que fica quebradiça.

 

MANCHAS: Manchas só apresentam efeito visual, não afetando a resistência da madeira. Causas: ataque por fungos, ataque químico, umidade, parasitos, etc.

 

ARDIDURA: é a decomposição da madeira causada pela fermentação da seiva. A madeira se transforma em pó. É um defeito que inutiliza a madeira.

 

TUMORES: formações nodosas na superfície da árvore, causadas por secreções mínimas depositadas por insetos. Seu efeito na madeira cortada é semelhante ao do nó.

 

DESBITOLADA: quando suas dimensões não correspondem as pedidas ou quando a seção não é constante em toda a extensão da peça.

 

QUINA MORTA: é a falta de aresta viva numa peça. Ocorre por defeito no corte, ou por presença de casca que depois cai, ou por quebradura mecânica.

 

 2.3. ATAQUE POR ANIMAIS XILÓFAGOS

 Ataque por xilófagos (animais que comem a madeira), eles a perfuram e enfraquecem, podendo chegara destruição total. Cupim, caruncho, limnórias, teredos, e algumas vespas. Formigas, vespas ou pássaros para fazer ninho.

 

 

2.4. APODRECIMENTO DA MADEIRA

 Apodrecimento da madeira é a decomposição da madeira, mais comum pela ação de fungos, geralmente mofo ou bolor.

 

2.5. FUNGICIDAS E INSETICIDAS

Causados pelos fungos e animais xilófagos. Deve-se eliminar as condições de sobrevivência desses organismos (umidade, ar, temperatura adequada) ou envenená-los. Os fungicidas e os inseticidas se dividem em dois grupos: substâncias impermeabilizantes (eliminam a umidade) e substâncias tóxicas (envenenam os organismos).

 

Tratamento superficial:

A pintura simples, pintura por imersão, a mineralização, a fumigação, a ustulação.

 

Tratamentos profundos:

Pintura com aquecimento, tratamentos com autoclaves, as injeções e a vulcanização.

 

 

2.6. EFEITOS DE FOGO

 Processos de proteção contra o fogo:

 

1. a) capear a madeira com materiais resistentes ao fogo e à temperatura: chapas de amianto, cimento ou de certos plásticos.
2. b) Pintar a madeira com tinta protetora a base de silicatos, que se transforme em vidro sob a ação do calor.
3. c) capear a madeira com produtos que formem uma espuma protetora não rígida a altas temperaturas: boratos, acetatos, colas ou amidos.
4. d) Capear a madeira com substâncias que formem gases inertes (CO2, gás amoniacal, azoto, gás sulfuroso)
5. e) Modificar a constituição das paredes das células de madeira. Como bromo, por exemplo.
6. f) Manter a superfície coberta com sais higroscópicos, que umedeçam permanentemente a madeira.

 

2.7. A UMIDADE

Os efeitos da umidade na madeira são: resistência ao esforços mecânicos diminui, possível aparecimento de fungos e animais xilófagos, empenamentos, dilatação,

 

3. DEFEITOS EM MADEIRA RECONSTITUÍDA

 Madeira reconstituída é feita com peças menores de madeira ( Eucatex, Duratex por exemplo) . Os defeitos mais freqüentes dessas peças é o abaulamento.  Muito sujeitas a à fadiga e a umidade. Devem ser reforçadas em vãos maiores.

 

  

4. DEFEITOS DAS CONSTRUÇÕES DE MADEIRA

Resistência à tração no sentido das fibras – onde apresente melhor resistência.

Resistência à tração no sentido perpendicular as fibras fraca – sua menor resistência

 

Resistência a compressão axial no sentido das fibras aceitável, mas não iguala a tração em peças curtas, em peças maiores resistência diminui rapidamente.

Resistência a compressão axial perpendicular as fibras variável (porosidade, carga e posição)

 

Resistência a flexão (sempre perpendicular as fibras) aceitável mas não muito alta. O sinal de que uma peça de madeira esta em vias de romper por flexão é o empolamento na face de cima.

 

Resistência ao cisalhamento perpendicular as fibras excelente

Resistência ao cisalhamento no sentido das fibras resistência mínima. Chega facilmente ao fendilhamento.

 

Resistência a torção excelente, ficando entre cisalhamento perpendicular e longitudinal.-

 

OBS: a umidade faz diminuir bastante a umidade e a resistência da maderia. Geralmente a resistência cai pela metade quando a madeira está satura de água.

  

 

5. PATOLOGIA DA MADEIRA SOB TENSÃO

 Madeiras sob tensão podem apresentar fissuras e abaulamentos. Na pratica esses efeitos ocorrem com mais freqüência, excesso de peso: secagem, empenamento, apodrecimento, defeitos da madeira, etc. As fissuras sempre são paralelas a fibra, podem ser devidas a diferentes causas:

a-Excesso de tração angular ou perpendicular

b-Excesso de compressão axial ou início de flambagem

c-Excesso de cisalhamento paralelo

d-Excesso de torção

e- Fendilhamento por excesso de pregos ou parafusos ou pela má posição dos mesmos.

f- Fendilhamento por má disposição de ligação

g-Ruptura por excesso de tração

 

Nas deformações:

a-Flambagem por excesso de compressão em relação ao comprimento da peça

b-Esmagamento por excesso de compressão

c-Empolamento por excesso de flexão

 

Correção: diminuir a tensão, seja reforçando a peça, diminuindo o peso. As deformações existentes não podem ser mais corrigidas não ser por talas, cortes, etc. Excessos de esforços se apresentam inicialmente nas ligações das peças, só depois no resto da peça.

 

 

6. ALGUNS PROBLEMAS MAIS COMUNS EM OBRAS DE MADEIRA

  

Ligações: Talas laterais pregadas, cama de pregos (chapa metálica com pregos)

Apodrecimento das tesouras onde se apóiam nas paredes onde absorvem a umidade.

Cedimento de cumeeiras e terças por mau dimensionamento, falta de mão francesa, etc. Possível aparecimento de goteiras.

Caixilhos que não fecham direito por afrouxamento dos parafusos nas dobradiças, desgaste do pino da dobradiça, cedimento de encaixes, empenamento, etc.

Portas e janelas que não correr que não deslizam direito por abaulamento ou mal-aplainada, asperezas, ou defeitos nos trilhos e rodízios.

Janelas cujos vidros quebram sem causa pode ser empenamento.

Retração da madeira devido a estar verde deixando frestas.